domingo, 11 de abril de 2010

e ele me beijou como se não fosse a primeira vez, e sim a ultima, demorado e com uma ternura de quem já se amou um dia.

Estava tão cansada, esperei o ônibus por muito tempo, e ainda nem passou, peguei outro qualquer, talvez 323, sei que chegava perto de casa. De tantas voltas que deu, fiquei ainda mais cansada, com sono, exausta, o ônibus pareou no terminal, levantei-me num súbito, voltei a sentar quando vi que ainda não era minha parada. Olhei o lado de fora mais uma vez, quando me deparei com seus olhos pretos, e sustentei o olhar, ele rio um sorriso puro, leve e instigante.
Quando finalmente cheguei ao ponto final estava ainda mais cansada, mais tonta de sono, e percebi que ele havia pegado o mesmo ônibus que eu, que havia sentado na cadeira atrás de mim. Desci e sentei num banco tão frio quanto aquela noite, havia de esperar ainda mais por outro ônibus. Ele andava de um lado a outro como se esperasse alguém, ou como quem tentar criar um fôlego de coragem, sentou-se ao meu lado, puxou um assunto qualquer, disse que eu me parecia muito com uma amiga, e rio, o sorriso mais lindo que já, daqueles leves, daqueles sorrisos que só uma pessoa feliz sabe dar. Conversamos por um pouco mais de meia hora, e já sabia muito da sua vida, já estava fascinada pelo seu sorriso, já queria mais do seu toque, não apenas um pegar nas mãos...

Um comentário:

Mali Melo disse...

que delicado.. contos românticos e urbanos, nos dá esperança que isso pode acontecer conosco. adoro! :)