terça-feira, 12 de janeiro de 2010

na cara


O porteiro disse para que eu subisse, segui ao elevador, apertei o 8º andar, antes que eu apertasse a campainha, a porta se abriu; um sorriso sínico foi o sinal, entrei, a porta se fechou atrás de mim, os braços dele me alcançaram antes que dissesse alguma coisa, puxou-me para o seu corpo, beijou minha nuca, soltou meus cabelos e voltou a prendê-los com uma de suas mãos. A outra percorria minhas pernas, por baixo do vestido deslizava pela minha coxa como se procurasse algo, encontrou o meu sexo, acariciou-me com fúria e desejo. Tirou minha roupa e num salto me colocou de encontro á parede, minhas pernas encaixaram-se ao seu copo; quando olhou fundo em meus olhos não disse sequer uma palavra, nem precisava, pois a expressão do seu rosto dizia o que sua boca não conseguia falar.
Antes que meu cérebro processasse aquelas informações eu disse sim, uma afirmação tão desesperada quanto insana.
Naquele momento senti o seu sexo penetrando o meu. Cada vez mais fundo...
O suor que molhava o nosso corpo já havia entrelaçado, assim como o nosso desejo, como o nosso ser.
Olhei cada detalhe daquele lugar, cada coisa que um dia chamei de meu. Meus moveis, minhas fotos, minha casa, e principalmente meu homem. Só agora percebo que nada foi realmente meu. Nem sequer o amor que julgava ser incondicional, ser pleno e até mesmo eterno, nada era meu.
Abriu uma garrafa de vinho, provei com pouca vontade, mas aos poucos me senti novamente em casa. Me senti novamente mulher, companheira, mesmo que agora eu não seja mais a esposa. A noite foi como nos primeiros dias, regada a paixão, a uma intimidade sem palavras.Como Quando coloca a taça gelada no meu corpo e segue com a língua as gotas de água que escorrem.
Amanheceu o dia, procurei minhas roupas que ainda estavam espalhadas pela casa, coloquei na mesa a chave que já não tinha mais sentido ser minha, dei um beijo em sua face e parti.

2 comentários:

Jean Leal disse...

Bonito, provocador e fascinante.
Tudo isso ao mesmo tempo!
Realmente adorei este, continue assim, querida!Estais cada vez melhor!
Abraços

Byanka Arruda disse...

Eu queria muito saber se tuas personagens são fictícias, ou são você. Ou quem você queria ser. =)
Esse texto ficou muito bom.
Imaginei tudo aqui do outro lado.