terça-feira, 19 de janeiro de 2010


Agora, não o agora de há pouco
Mas um agora de ser esse o exato momento
Em que vejo tudo por uma ótica fosca, quase que sombria
Hora de trevas
Conheço os detalhes da casa por lembranças
Cada mínimo objeto colocado em cima de uma prateleira
As chaves no prego ao lado da porta
Mas não ouso sair.
Tenho medo, do som
Os barulhos dos carros se misturam
Minha concepção restrita...
Tenho medo
O calor é grande e sol sobre a minha cabeça
Queima minha pele
Sensível pela escuridão do quarto
Aquele banco de praça
Tocado friamente pelas minhas mãos cálidas
Percebo agora a rugosidade da madeira
Antes alva e lisa
Uma gota escorre de uma folha
Cai no meu rosto, escorre como uma lágrima
Um homem me para
Fico muda
Não vejo quem é
De repente
Estou em casa trancada no umído quarto de dormir
Vejo o teto e sua ausência de cor
Olho o mundo e sua ausência de luz
Olho pra mim cego pela saudade de ti

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